A dona de tanto e de tudo

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"Escrevo, como diria um católico, e já percebeu que não o sou, para salvar a alma, pois apesar de sua transparência alguma mancha há de ter"

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O outono, sempre o outono...

O outono, esse malandro, que para mim só agora chega de mansinho, com os dias mais escuros e frescos.
Vem carregadinho de nostalgia e saudade.

Faz-me andar o dia todo a cantarolar as músicas com que fui embalada, e as únicas com que sei embalar as princesas.

 Oh Laurinda, linda, linda (bis)
És mais linda que o Sol
Deixa-me dormir uma noite
 Nas dobras do teu lençol.

Sim, sim, cavalheiro, sim
Hoje sim, amanhã não.
Meu marido não está cá
Foi p'ra feira do Gravão.

Onze horas, meia-noite
Marido à porta bateu
Bateu uma, bateu duas
Laurinda não respondeu.

Ou ela está doentinha
Ou já tem um novo amor.
Ou então procura a chave
Lá no meio do corredor.

De quem é aquele chapéu
Debruado a galão?
É para ti meu marido
Que o fiz eu por minha mão.

De quem é aquele casaco
Que ali vejo pendurado?
É para ti meu marido
Que o trazes bem ganhado.

De quem é aquele cavalo
Que na minha esquadra entrou?
É para ti meu marido
Foi teu pai que to mandou

De quem é aquele suspiro
Que ao meu leito se atirou?
Laurinda que ouviu aquilo
Caiu no chão, desmaiou.

Oh Laurinda, linda, linda
Não vale a pena desmaiar.
Todo o amor que eu te tinha
Vai-se agora acabar.

Vai buscar as tuas irmãs
Trá-las todas num andor.
E a mais linda delas todas
Há-de ser o meu amor.


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